A obra foi estudada nas diversas áreas curriculares com trabalhos tão diversos como fichas de leitura, identificação de animais ovíparos, escrita de receitas de algumas iguarias gastronómicas, desenhos, pinturas, dobragens, canção... Algumas tarefas foram desenvolvidas na escola e outras tiveram a colaboração das famílias e depois estiveram em exposição no encontro com as autoras.
Como os bijus da casa estão na escola onde lecciono, posso dizer que o trabalho foi a triplicar: alunos, biju pequeno e biju crescido.
Este foi o trabalho realizado com o biju pequeno - uma galinha...
Um disco redondo de uma caixa de cartão dobrado ao meio, pernas feitas com canudos a partir do rolo de papel higiénico, forradas com fita de cetim, os pés são pequenos corações de EVA; penas e crista feitas com corações de papel (usei um furador próprio), bico feito com meio círculo de EVA dobrado ao meio e olhos móveis.
Este foi o trabalho feito com o biju crescido... uma capoeira (tema escolhido por ele).
Metade de uma caixa de ovos pintada com lápis de cera, rede, ráfia (para fazer de palha do ninho), galinhas em origami, telhado da capoeira feito com corações de papel (furador). A capoeira tinha porta a abrir e ovinhos de papel para recolha.
Sou suspeita para falar do livro, mas gostaria de aqui fazer algumas observações sobre aquilo que alguns encarregados de educação questionaram sobre a narrativa.
A narrativa é maioritariamente lúdica - pretendia ser abordada por meninos dos 3 aos 10 anos - relacionava-se com a época festiva que se aproximava, fazia algumas observações pertinentes sobre a realidade, havia a possibilidade de ter um encontro com a autora do texto e a ilustradora (inédito na nossa escola) e os garotos divertiram-se.
Sou fã de livros e como professora procuro diversificar o tipo de obras apresentadas aos meus alunos, quer a nível de texto, quer a nível de ilustração. Por isso, não conhecem apenas "grandes narrativas", com mensagens educativas, profundas... mas divertem-se também com textos simples nos conhecimentos e na mensagem; não apreciam apenas ilustrações clássicas, como também observam e analisam os traços mais abstratos, contemporâneos, o que queiram chamar.
Com isto, não pretendo formatar as mentes dos meus alunos, mas fornecer-lhes vários "pratos" numa ementa vasta, para que no seu desenvolvimento possam usufruir ao máximo de tudo o que é possível e imaginário no mundo das letras e da arte e um dia consigam fazer as suas próprias escolhas e tomar as suas decisões.
Se ainda assim tiverem dúvidas sobre o texto deste livro, que chegaram a dizer ser depreciativo para a galinha, eu posso dizer que só o é se o virem dessa forma, eu, por outro lado, na minha humilde opinião acho que se até um animal como a galinha consegue guardar um tesouro, uma obra tão perfeita como o ovo, então talvez o ser humano mais ignóbil também tenha algo de bom dentro de si.
Desculpem o longo post, sei que não é costume, mas serviu como uma anotação sobre os comentários que muitas vezes se tecem, pondo em causa o trabalho dos outros, sem argumentos plausíveis para o fazer (e serviu também como um desabafo).
bjinhos gdes e boas leituras
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